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Ser mãe: para cada fase um papel.

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Ser mãe é, acima de tudo, desempenhar o papel mais importante na vida do filho. Mas para o filho pequeno, a menininha que virou mulher e lhe deu a vida é muito mais que um ser humano. É um ser mágico, encantado, cheio de super poderes.
Algumas vezes, essa mulher não entende o papel que ocupa. É natural, pois esquecemos o quanto nossa mãe significava naquele tempo que éramos tão miudinhos e ela era super poderosa. E além do mais, ela é realmente um ser humano: tem sono, fome, falta de paciência, carências, desejos, pressa e dor de cabeça. É alguém que cresceu, mas lá dentro, em um lugar que só ela conhece, ainda mora a menina que um dia ela foi.
O problema é explicar isso para o filho. Ele quer e precisa que essa mãe ocupe seu papel sagrado, assim como esperamos que o chefe, o marido, a secretária e o presidente ocupem seus papéis em nossa vida.
Todos os dias essa mulher vive o incrível desafio de ser uma pessoa com todas suas necessidades e limitações humanas mas que desempenha um papel tão fundamental na vida de outro ser que ela tanto ama.

Para cada fase do filho, a mãe tem um papel específico:

  • Para o bebê a mãe é continente, é presença, é calor, é toque, sorriso, rítmo acolhedor, música e leite bom. É plantar a semente e acreditar nela. É olhar para o bebê e saber que ali vive um vencedor e tratá-lo como tal. É oferecer junto com cada gota de leite, a convicção de que aquele é um ser humano maravilhoso. Um príncipe ou princesa.

  • Para a criança que explora o mundo, a mãe é olhar vigilante e sorriso permissor. A sombra de uma árvore protetora, oferecendo muitos estímulos, liberdade, limite com firmeza e amor, sorrisos, palavras doces, carinho e colinho quente depois de cada jornada.

  • Para o filho que aprende a ler, a mãe é um dedo que mostra as letras enquanto conta estórias, é ir libertando o filho devagarinho, dando mais linha a cada dia, é presença certa do outro lado da linha, é confiança. É aquele rosto amado cheio de aprovação e acolhimento, aquele abraço forte que apaga tudo de ruim que acontece lá fora.
  • Para o filho escolar, a mãe é quem ensina habilidades, mostra o mundo a cultura, dá estrutura, rotina saudável, liberdade e aceitação para o filho ser o que é não o que ela gostaria que ele fosse. É preparar o filho para o mundo, dar limite e disciplina e ser a primeira a gostar de verdade dele, até quando faz bagunça e conta mentira.

  • Para o filho adolescente, a mãe e alguém disponível, mas na dela. Capaz de lembrar de como gostaria que sua mãe tivesse sido na adolescência e ser essa mãe. Capaz de sair de cena, mas ficar atrás da cortina. Ser a primeira a gostar do adulto que surge no meio das espinhas e gírias. É confiar, confiar muito, e ir soltando mais e mais a linha. É fé pura. É se preparar para cuidar de si mesma, buscar um sentido próprio de viver. É espiritualizar-se.

  • Para o filho que sai de casa, a mãe é saudade mútua. É cheiro gostoso de casa, é amor como nenhum outro supera. É segurança de um porto seguro em algum lugar do planeta onde tudo é familiar e você pode chegar sem ser convidado. É um coração preparado para os trancos e barrancos que você assistirá seu filho passar. É aceitar a impotência e por mais que saiba de tudo que seu filho precisa ouvir, nunca mais querer educá-lo.

  • Para o filho que tem filho, a mãe é vó. É apoio, é aprovação, é não querer competir, nem querer ajudar sem ser convidada. É curtição total dos netos. É ter a sua própria vida, por mais que se sinta essencial. É saber envelhecer e assistir a vida que criou perpetuar a sua história. É saber que ocupou e ocupará sempre o mais importante papel no palco da vida.
Mel Pontes
data: 15-10-2012
     
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